Farol Bússola

João Pessoa (JPA), capital da Paraíba, é um polo estratégico no Nordeste que passa por transformações econômicas, fiscais e sociais. Este primeiro Farol Bússola, do Farol de Desenvolvimento da Paraíba, integra dados desses cenários para orientar reflexões e decisões.

A economia estadual cresce de forma moderada, impulsionada pelo comércio e turismo, com geração de empregos e dinamismo em setores como hotelaria. Apesar de avanços na formalização, o mercado de trabalho ainda sofre com informalidade e subutilização.

Na área fiscal, Paraíba e João Pessoa mantêm certo equilíbrio nas contas, mas enfrentam pressões por mais investimentos. O uso crescente de crédito exige atenção à sustentabilidade e à arrecadação.

Segundo o Ranking de Competitividade (CLP, 2024), a Paraíba é a mais competitiva do NE e ocupa a 12ª posição nacional, com destaque em inovação e segurança. João Pessoa ficou em 4º lugar no NE, com avanços em saneamento, capital humano e gestão pública.

As exportações paraibanas, focadas em produtos agrícolas e industriais, favorecem a balança comercial, mas dependem do cenário global. No social, houve progressos na educação e saúde, embora desafios persistam, como o alto custo da cesta básica.

O Farol de Desenvolvimento da Paraíba lançará boletins mensais com análises e propostas para o crescimento sustentável do estado na era da Quarta Revolução Industrial.

Período:

O Farol Bússola traz uma análise dos principais indicadores de João Pessoa e da Paraíba, destacando o papel central da capital no desenvolvimento econômico estadual. Com sua longa história desde 1585, João Pessoa concentra a maior parte das atividades econômicas e dos empregos da Paraíba. O boletim analisa dez indicadores-chave, como PIB, população, educação, saúde, mobilidade e mercado de trabalho, oferecendo uma visão clara da importância e dos desafios socioeconômicos da cidade.

População estimada

João Pessoa: 888.679 habitantes (21,8%)

Paraíba: 4.059.905 habitantes (78,2%)

Fonte: IBGE

Esse quadro apresenta dados econômicos e sociais relevantes de João Pessoa e da Paraíba, como também, calcula a participação da capital paraibana na economia estadual na atualidade.É possível observar claramente no Quadro 1 que o primeiro indicador-chave mostra que João Pessoa concentra 21,8% da população estimada da Paraíba, revelando seu peso demográfico em relação ao estado.

PIB Nominal (em R$ bilhões)

João Pessoa: R$ 20,7 bilhões (29,5%)

Paraíba: R$ 70,3 bilhões (70,5%)

Fonte: IBGE

O PIB nominal da capital paraibana representa 29,5% do PIB estadual, refletindo sua força nos setores de comércio, serviços, indústria e turismo. Isso evidencia a importância de JPA como principal motor econômico da PB. Este desempenho econômico é essencial para o crescimento do estado, particularmente em momentos de mudanças estruturais e desafios econômicos.

Nº de estudantes no ensino superior

JPA: 110.000 alunos

PB: 270.000 alunos

Fonte: MEC

O número de estudantes no ensino superior em João Pessoa representa 40,7% do total de estudantes universitários da Paraíba. Esse dado reflete a capacidade da capital em oferecer educação de qualidade, com instituições públicas como a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), além das universidades privadas, que têm grande influência na formação de mão de obra qualificada para os setores produtivos da cidade e do estado.

Essa concentração de estudantes universitários contribui diretamente para o dinamismo socioeconômico, criando um ambiente favorável ao desenvolvimento de startups, inovações tecnológicas e qualificando a força de trabalho local.

Frota de veículos

JPA: 456.732 veículos

PB: 1.595.706 veículos

Fonte: Detran-PB

A frota de veículos de João Pessoa representa 28,6% da frota estadual, o que indica um alto nível de motorização. Isso evidencia a necessidade urgente de planejamento de mobilidade urbana eficiente, que acompanhe o aumento da frota, de modo a evitar congestionamentos e melhorar a qualidade de vida dos habitantes e dos turistas. Investimentos em transporte público e soluções sustentáveis para a mobilidade urbana devem ser priorizados, pois, João Pessoa, em breve, alcançará 500 mil veículos.

Nº de leitos hospitalares

JPA: 3.000 leitos

PB: 12.500 leitos

Fonte: CNES

O número de leitos hospitalares da cidade representa 24,0% dos leitos hospitalares do estado, o que, embora significativo, ainda aponta para a necessidade de expansão dos serviços de saúde, considerando o aumento populacional e os desafios na área da saúde pública no atendimento médico-hospitalar.

Nº de leitos em MHs

JPA: 12.353 leitos

PB: 31.630 leitos

Fonte: PBTur

João Pessoa tem 439 anos, é o principal destino turístico do estado, concentra 39,1% do total dos leitos em MHs da PB. Esse elevado número demonstra a grande capacidade de hospedagem da capital paraibana, que se destaca especialmente pelas deslumbrantes praias, infraestrutura turística e atrações geográficas, culturais e históricas. A Ponta do Seixas é o ponto mais oriental do continente americano e o Tour Geneve é o prédio mais alto do NE e o segundo mais alto do Brasil, ambos estão localizados na cidade com o melhor ar puro do País.

Nº de pobres

JPA: 450.000 pessoas

PB: 1.200.000 pessoas

Fonte: IBGE

O contingente de pessoas inserida na pobreza absoluta em João Pessoa representa 37,5% do estado da Paraíba. Com certeza, é um reflexo da desigualdade social na capital paraibana que precisa ser atacada por políticas públicas de inclusão social.
Nº de desempregados (sem trabalho)

JPA: 45.000 sem trab.

PB: 141.000 sem trab.

Fonte: IBGE

O número de desempregados na capital paraibana é alto, representando 31,9% do total de desocupados no estado. Esse indicador-chave indica a necessidade de políticas públicas mais eficazes voltadas para a qualificação profissional e a criação de novas oportunidades de emprego, especialmente no contexto da 4ª Revolução Industrial.
Nº de empresas

JPA: 50.000 empresas

PB: 150.000 empresas

Fonte: Junta Comercial

A tropical João Pessoa concentra 33,3% das empresas do estado, o que reflete sua centralidade no empreendedorismo e na geração de negócios. Isso pode ser um indicativo de um ambiente favorável para novos empreendimentos, mas também revela a necessidade de continuar o fomento ao setor empresarial com políticas de incentivo, como desburocratização e financiamento acessível.
Nº de domicílios

JPA: 320.000 dom.

PB: 1.150.000 dom.

Fonte: IBGE

A litorânea João Pessoa representa 27,8% do total de domicílios da PB. Esse dado é relevante, pois demonstra que a capital concentra uma parte significativa de domicílios do estado, o que está alinhado com sua população estimada e seu papel econômico e social. A alta concentração de domicílios em JPA é um reflexo da urbanização crescente e da centralização de atividades econômicas e serviços na cidade. Em 2022, existiam 114 mil apartamentos nos 65 bairros da capital paraibana, conforme o IBGE.

O cenário econômico recente desempenha papel central na Paraíba. A retomada econômica pós-pandemia, impulsionada por políticas de estímulo, tem favorecido a recuperação do consumo e dos investimentos, embora essa trajetória seja limitada por desafios nacionais, como inflação elevada, custos de crédito mais altos e incertezas fiscais. Regionalmente, a economia da Paraíba tem se beneficiado de fatores como investimentos em infraestrutura e o dinamismo do turismo, que contribuem para sustentar a atividade econômica.

Índice de Atividade Econômica
Paraíba (IAE-PB)

Períodos Estáveis

Períodos de Choques/Recuperação

Fonte: IBGE

O gráfico ao lado mostra a evolução do Índice de Atividade Econômica da Paraíba (IAE-PB), que mede o desempenho econômico do estado com base na arrecadação de tributos, movimentação do setor produtivo e dados fiscais. O índice, com defasagem reduzida, é uma ferramenta importante para acompanhar a atividade produtiva e orientar políticas públicas.

Nos últimos anos, apesar de oscilações, observa-se uma recuperação gradual da economia, mesmo com impactos de choques externos, como a pandemia. A tendência positiva aponta para um crescimento sustentável, condicionado a melhorias na infraestrutura e qualificação da mão de obra.

O gráfico ao lado complementa a análise anterior ao detalhar o ciclo econômico da Paraíba, representando os desvios do IAE-PB em relação à sua tendência. Valores positivos indicam expansão econômica, enquanto valores negativos apontam retração. Atualmente, a Paraíba atravessa uma fase positiva do ciclo, com uma retomada consistente da atividade econômica, conforme dados do IBGE.

Esse cenário sinaliza uma recuperação gradual após choques recentes, como a pandemia, sugerindo um ambiente mais propício ao crescimento. Se mantida, essa tendência poderá fortalecer setores estratégicos e favorecer um desenvolvimento mais sustentável no médio prazo.

Ciclo da Atividade Econômica – Paraíba
jan. 2005 – set. 2024

Períodos de Expansão

Períodos de Recessão

Fonte: IBGE

Receita Nominal de Vendas do Comércio
Brasil e Paraíba (2012–2024)

Brasil   Paraíba

Fonte: IBGE

O gráfico acima mostra a evolução da receita nominal de vendas do comércio no Brasil e na Paraíba, permitindo uma comparação entre as duas regiões. Observa-se que, ao longo do período analisado, a Paraíba segue uma tendência similar à nacional, com oscilações que acompanham os ciclos econômicos. No entanto, as variações são mais contidas no estado, refletindo características regionais, como menor diversificação do comércio e maior dependência de setores específicos. Recentemente, houve uma recuperação na receita nominal de vendas, impulsionada pela recuperação econômica pós-pandemia, reaquecimento da demanda interna e redução de restrições sanitárias. Esse comportamento reforça a importância do comércio para a economia paraibana e destaca a necessidade de políticas que incentivem o consumo e apoiem a expansão do setor, especialmente em cidades com menor dinamismo econômico.

Receita Nominal de Serviços
Brasil e Paraíba (2012–2024)

Brasil   Paraíba

Fonte: IBGE

No período mais recente, nota-se uma recuperação expressiva na receita de serviços, refletindo o impacto positivo da retomada de atividades presenciais. Esse crescimento é particularmente significativo para a Paraíba, dado o papel estratégico do setor de serviços na geração de emprego e renda. Contudo, o desempenho futuro dependerá da capacidade de manter a confiança dos consumidores e de diversificar os serviços oferecidos, ampliando a competitividade regional.

Custo médio m² da Construção Civil
Brasil e Paraíba (set. 2014 – nov. 2024)

Brasil   Paraíba

Fonte: IBGE

O custo médio do metro quadrado da construção civil no Brasil e na Paraíba tem mostrado tendência de crescimento, impulsionado pela inflação, alta nos preços de insumos e escassez de matérias-primas. Embora acompanhe o cenário nacional, a Paraíba apresenta variações mais moderadas, indicando um ritmo de valorização mais equilibrado ou uma menor dinâmica no setor. Esse comportamento sugere que, apesar da recuperação econômica, o setor enfrenta desafios ligados aos custos elevados, o que pode impactar novos projetos e exigir medidas para ampliar a oferta de materiais e qualificar a mão de obra local.

Fluxo de passageiros no
Aeroporto Internacional Presidente Castro Pinto, João Pessoa
jan. 2022 - out. 2024

2022   2023   2024

Fonte: AENA Brasil

O fluxo de passageiros no Aeroporto Internacional Presidente Castro Pinto, em João Pessoa, administrado pela AENA Brasil, registrou recuperação entre janeiro de 2022 e outubro de 2024. Após a queda durante a pandemia de COVID-19, observou-se uma trajetória de crescimento impulsionada pela reabertura do turismo e retomada da mobilidade. Esse aumento reforça a importância do turismo e da conectividade para a economia local, especialmente no setor de serviços.

Quantidade de embarques e desembarques no
Aeroporto Internacional Presidente Castro Pinto, João Pessoa
jan. 2022 - out. 2024

Embarques   Desembarques

Fonte: AENA Brasil

Entre janeiro de 2022 e outubro de 2024, os dados de embarques e desembarques no aeroporto de João Pessoa indicam recuperação gradual, com picos na alta temporada, revelando um turismo sazonal. A manutenção desse crescimento dependerá de estratégias que estimulem o turismo local e ampliem o tempo de permanência dos visitantes.

A análise das variáveis econômicas de João Pessoa destaca a evolução da dívida líquida e as taxas de desocupação. O gráfico da dívida líquida revela uma trajetória de crescimento entre 2008 e 2012, seguida por uma redução consistente até 2020. No entanto, desde 2021, observa-se uma reversão dessa tendência, com um aumento acentuado nos últimos anos, refletindo fatores como crescimento das despesas públicas e mudanças no cenário macroeconômico.

Saldo das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) – PB
jan. 2004 - out. 2024

Pessoas físicas   Pessoas Jurídicas   Total

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do BCB

A análise histórica do saldo das operações de crédito na Paraíba, entre janeiro de 2004 e outubro de 2024, revela crescimento contínuo, especialmente a partir de 2010, refletindo a expansão do crédito e o fortalecimento da economia local. O crédito para pessoas físicas cresceu mais que para jurídicas, impulsionado pelo maior acesso ao financiamento ao consumo e à habitação. Desde 2015, o crédito para empresas desacelerou, possivelmente por crises econômicas e dificuldades no ambiente de negócios. Após 2020, o crédito às famílias aumentou fortemente, em parte pelos estímulos adotados durante a pandemia. Em comparação com outros estados do Nordeste, a Paraíba mantém participação modesta, atrás da Bahia, Ceará, Pernambuco e Maranhão. O crescimento do crédito às famílias exige atenção para evitar o endividamento excessivo.

A seguir, é apresentado a balança comercial da Paraíba no intervalo de janeiro de 2005 e novembro de 2024, destacando para três componentes principais: exportações de bens, que são as vendas internacionais feitas pelo estado; importações de bens, correspondendo às compras internacionais; e o saldo da balança comercial, que é a diferença entre exportações e importações.

Esse saldo indica se há superávit ou déficit, retratando o mesmo desempenho comercial do estado no período analisado, conforme os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Exportação, Importação e Saldo da Balança Comercial – PB
jan. 2005 – nov. 2024

Exportação de bens   Importação de bens   Saldo da balança comercial

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do MDIC

A balança comercial paraibana mostra déficits estruturais, com importações crescendo mais que exportações - especialmente de bens industrializados. Essa dependência externa, agravada por crises e custos de insumos, exige políticas de diversificação produtiva e fortalecimento da indústria local para maior estabilidade econômica.

Necessidades de financiamento do Município de João Pessoa – Resultado Primário
Fluxo acumulado no ano, 2T. 2008 - 2T. 2024

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do BCB

O saldo primário acumulado do município de João Pessoa (PB), entre o segundo trimestre de 2008 e o segundo trimestre de 2024, apresenta alta volatilidade, com variações expressivas ao longo do período. Entre 2008 e 2013, alternaram-se resultados positivos e negativos, com destaque para 2012, quando o saldo ultrapassou R$ 190 milhões. A partir de 2014, o saldo piorou, chegando a quase R$ 150 milhões negativos, em linha com a crise econômica nacional. Desde 2017, observou-se uma recuperação gradual, marcada por oscilações, mas com tendência de estabilização. Entre 2021 e 2024, houve crescimento mais consistente, com saldo positivo acima de R$ 250 milhões em 2022, impulsionado pela recuperação econômica e maior controle das despesas, embora ainda persistam flutuações que indicam desafios para a sustentabilidade fiscal.

Necessidades de financiamento do Município de João Pessoa (PB) – Juros Nominais
Fluxo acumulado no ano, 2T. 2008 - 2T. 2024

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do BCB

O fluxo acumulado anual de juros nominais do município de João Pessoa (PB), entre o segundo trimestre de 2008 e o segundo trimestre de 2024, revela variações importantes. Inicialmente, os valores foram relativamente estáveis e negativos, em torno de R$ 5 milhões. A partir de 2011, surgiram oscilações mais intensas, com alternância entre fluxos negativos e positivos. Entre 2015 e 2022, o padrão de variações regulares persistiu, até que, a partir do segundo semestre de 2022, observou-se uma recuperação consistente, culminando no pico da série em 2024. Esse movimento sugere uma melhora na situação financeira do município, possivelmente impulsionada por maior arrecadação, ajustes fiscais ou mudanças nas taxas de juros.

Dívida líquida do Município de João Pessoa (PB)
2T. 2008 - 2T. 2024

Fonte: IBGE

A dívida líquida de João Pessoa (PB) apresentou três fases entre 2008 e 2024. De 2008 a 2012, cresceu gradualmente, chegando a cerca de R$ 200 milhões negativos. De 2013 a 2020, houve uma redução consistente, atingindo o valor mais baixo de R$ -650 milhões. No entanto, desde 2022, a dívida aumentou novamente, especialmente em 2023 e 2024, devido à pressão fiscal pós-pandemia, aumento das taxas de juros e maior endividamento para investimentos públicos.

Aqui, serão analisadas variáveis que impactam o cotidiano da população, como custo da cesta básica, rendimento familiar, taxas de desocupação e informalidade, além dos preços de combustíveis e gás de cozinha. A educação também é abordada por meio de dois índices educacionais. Em João Pessoa, o custo da cesta básica, estimado pelo LABIMEC/UFPB, alcançou R$ 674,34 em novembro de 2024, um aumento de 2,40% em relação a novembro de 2023. A evolução do custo desde novembro de 2020 é apresentada no gráfico a seguir. A composição da cesta básica segue o Decreto-Lei 399/1938, incluindo alimentos como carne, leite, feijão, arroz, farinha, tomate, pão, café, frutas, açúcar, óleo de soja e manteiga.

Evolução do custo da cesta básica
João Pessoa
jan. 2021 - nov. 2024

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do DIEESE

O custo da cesta básica em João Pessoa foi de R$ 674,34 em novembro de 2024, com um aumento de 2,40% em relação a 2023. O aumento foi impulsionado pelos preços da banana (22,92%) e do tomate (37,73%). A carne teve uma variação pequena de 0,13%, e o café, apesar de um aumento de 56,71%, teve impacto menor.

Em relação ao rendimento, os homens receberam em média R$ 4.437, e as mulheres R$ 3.345, uma diferença de 32,64%. Pessoas brancas têm o maior rendimento médio (R$ 4.999), seguidas por pardas (R$ 3.285) e pretas (R$ 2.636). O rendimento aumenta com a idade, sendo maior para pessoas de 60 anos ou mais (R$ 6.285).

Rendimento médio por faixa etária
João Pessoa
3º Trimestre de 2024

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do IBGE

Em 2022, a população de João Pessoa era distribuída da seguinte forma: 19,44% tinham entre 14 e 17 anos, 14,41% estavam na faixa de 18 a 24 anos, 24,38% na de 25 a 39 anos, 26,95% na de 40 a 59 anos e 14,83% tinham 60 anos ou mais.

Quanto aos rendimentos, pessoas sem instrução ou com menos de 1 ano de estudo ganhavam em média R$ 1.286. Com o aumento da escolaridade, o rendimento médio crescia: R$ 1.444 para quem tem ensino fundamental incompleto, R$ 1.481 para completo, R$ 1.380 para ensino médio incompleto, R$ 2.077 para completo, R$ 3.090 para ensino superior incompleto e R$ 7.196 para superior completo.

Rendimento médio por nível de instrução
3º Trimestre de 2024

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do IBGE

A taxa de desocupação em João Pessoa tem mostrado uma constante redução desde o fim da pandemia, quando superava os 13%. No 3º trimestre de 2024, a taxa atingiu seu menor valor, 9,1%. Esse declínio pode ser atribuído à retomada das atividades econômicas, recuperação do consumo e absorção da mão de obra no mercado informal.

Taxa de desocupação em João Pessoa
2T. 2022 – 3T. 2024

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do IBGE

Apesar da queda na taxa de desocupação no último trimestre, João Pessoa permaneceem uma posição intermediária em comparação com as demais capitais nordestinas. Enquanto Salvador (11%), Recife (10,4%) e São Luís (10%) apresentaram taxas superiores, refletindo desafios mais persistentes no mercado de trabalho, cidades como Aracaju (8,5%), Natal (8,3%) e Fortaleza (7,8%) registraram números menores, indicando uma recuperação mais expressiva. Maceió (7,4%) e Teresina (6,4%) se destacaram com as menores taxas de desocupação na região, igualando-se à média nacional, que também foi de 6,4%.

Taxa de desocupação nas capitais nordestinas
3º trimestre de 2024

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do IBGE

A taxa de desocupação no 3º trimestre de 2024 foi comparada entre as nove capitais nordestinas, com dados do IBGE. Em relação à informalidade, a Paraíba registrou 49,8% em 2023, uma taxa intermediária na região. Maranhão (56,5%), Piauí (54,5%), Ceará (53,01%), Bahia (53,7%) e Sergipe (51,9%) apresentaram taxas mais altas, enquanto Pernambuco (50,1%), Rio Grande do Norte (44,7%) e Alagoas (45,7%) ficaram abaixo. O Brasil teve uma taxa geral de 39,2%, evidenciando maior informalidade no Nordeste.

Taxa de informalidade nos estados nordestinos
2023

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do IBGE

Em 2023, a Paraíba registrou a terceira menor taxa de informalidade do Nordeste. Apesar disso, a informalidade ainda representa um desafio, pois reduz a arrecadação tributária e compromete a produtividade, dificultando o desenvolvimento e a competitividade dos estados na atual era da Quarta Revolução Industrial.

Taxa de informalidade na Paraíba
2016–2023

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do IBGE

Além disso, o setor informal costuma ter níveis de produtividade mais baixos, o que afeta diretamente o desempenho econômico. Por isso, estados com uma grande proporção de trabalhadores informais, como a Paraíba e o Maranhão, enfrentam dificuldades adicionais para setornarem mais competitivas em plena Quarta Revolução Industrial.

Preço médio de combustíveis – João Pessoa
jan. 2022 - jul. 2024

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do ANP

Uma possível explicação para o pico nos preços após o fim da pandemia é o aumento da demanda decorrente do relaxamento das restrições. Com a retomada das atividades econômicas, a demanda por combustíveis cresceu significativamente, o que resultou em uma elevação nos preços.

Preço médio de revenda
15/12/2024 a 21/12/2024

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do ANP

Por fim, ao analisar os dados mais recentes sobre o custo da gasolina comum, a Figura 21 compara o preço médio de revenda em JPA na semana de 15/12/2024 a 21/12/2024. Observa-se que João Pessoa possui o segundo menor preço de gasolina entre as capitais nordestinas, com um valor de R$ 5,84 por litro, ficando atrás apenas de São Luís, que registra R$ 5,77. As demais cidades apresentam os seguintes preços: Natal (R$ 6,65), Fortaleza (R$ 6,41), Aracaju (R$ 6,33), Recife (R$ 6,23), Salvador (R$ 6,25), Maceió (R$ 6,15) e Teresina (R$ 5,87).

Preço médio do GLP – João Pessoa
jan. 2022 - nov. 2024

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do ANP

Em relação a outro derivado do petróleo, o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), utilizado como gás de cozinha de 13 kg e que tem um impacto imediato no custo das famílias, observamos uma significativa volatilidade nos preços entre 2022 e o segundo semestre de 2024. Assim como os combustíveis, o preço do GLP atingiu seu pico no início de 2022. Um dos principais fatores que contribuíram para esse aumento foi a Guerra na Ucrânia, que alterou a oferta e a demanda de derivados de petróleo, elevando os preços não apenas no Brasil, mas também em várias partes do mundo.

Preço médio do GLP – Paraíba e Nordeste
Novembro de 2024

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do ANP

Ainda em relação ao GLP, o gráfico apresenta o preço final ao consumidor na Paraíba e no Nordeste no mês de novembro de 2024, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Como observado, a Paraíba tem o terceiro maior custo entre os estados do Nordeste, com um valor de R$ 104,93, ficando atrás apenas da Bahia (R$ 119,06) e do Maranhão (R$ 109,60).

Evolução das notas do IDEB e metas propostas nos anos iniciais – João Pessoa
2005–2023

IDEB   Meta

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do INEP

Ao analisar os anos finais (do 6º ao 9º ano), o município de João Pessoa segue a tendência nacional de queda na qualidade do ensino nas escolas públicas, especialmente quando comparado aos anos iniciais. Diferentemente dos anos iniciais, o IDEB dos anos finais quase sempre permanece abaixo da meta estabelecida. Em 2023, o índice alcançado foi de 4, enquanto a meta projetada para o mesmo ano era de 4,8.

Evolução das notas do IDEB e metas nos anos finais – JPA
2005–2023

IDEB   Meta

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do IDEB

O desempenho das capitais nordestinas e dos estudantes das escolas públicas de João Pessoa em 2023 não foi satisfatório. Assim como no Brasil em geral e nas demais capitais da região, observa-se que, à medida que os alunos avançam nas séries, seu desempenho tende a piorar. Além disso, os estudantes das escolas públicas de João Pessoa, em todas as etapas de ensino, estiveram abaixo da média das capitais nordestinas. Em 2023, a capital paraibana foi a terceira pior da região em todas as etapas avaliadas, evidenciando a necessidade de avanços significativos na educação, fator essencial para a melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e do Índice de Gini.